Rejeitar o segundo melhor
Com os clientes esperando que os custos sejam controlados, os fabricantes de alta precisão estão lutando para acertar de primeira.UM DOS PARADOXOS do processo de usinagem é adicionar valor ao componente final necessário para remover material. Isso é valido especialmente quando se trata de peças complexas e essenciais como as destinadas a usos de alta precisão, como nos setores de equipamentos médicos, de semicondutores, aeroespacial e defesa, em que as peças têm valor considerável depois da usinagem. Cada vez mais, os produtores buscam remover o mínimo de material possível usando as técnicas mais eficientes.
O desenvolvimento de processos de usinagem avançados facilitou a produção de peças que antes eram difíceis de criar. Também há uma tendência por cada vez mais complexidade na forma de combinar várias peças em um componente. Isso pressiona os fabricantes a otimizarem suas estratégias de usinagem para garantir dimensões e tolerâncias precisas, além de repetibilidade no processo de fabricação.
Jan Bruurs é especialista técnico de ferramentas no KMWE Group, uma empresa especializada em usinagem de mistura de alto/baixo volume e alta complexidade para indústrias de alta precisão. Ele explica que "Esta tendência quer dizer que mais ferramentas longas [com largura de saliência de ≥ 5× Dc]" são necessárias para usinar essas peças. Para usar essas ferramentas longas com eficiência, a frequência da fresa deve ser constantemente harmonizada com a frequência dominante natural do sistema. O sistema consiste da combinação de fuso de ferramenta de usinagem, porta-ferramentas e ferramenta de corte. Usando essa abordagem, podemos alcançar uma porcentagem de acerto na primeira vez para ferramentas longas de aproximadamente 90% a 95%.
Bruurs diz que é importante que um fabricante de componentes como o KMWE Group trabalhe com os fabricantes de ferramentas para otimizar as ferramentas e criar soluções de ferramentas personalizadas para atingir os resultados desejados, como produzir cavacos menores.

ALÉM da tendência pela complexidade, há um esforço pelo uso cada vez maior de materiais mais leves, como o titânio e suas ligas, junto com o uso de materiais mais comuns como alumínio, aço inoxidável e ligas de aço termorresistentes.
Bruurs explica que também há uma demanda dos clientes por controle e redução de custos, um fator que levou ao desenvolvimento desse conceito de acerto na primeira vez. O KMWE usa softwares exclusivos como o Vericut e CutPro para simular o processo de usinagem antes da configuração dos centros de usinagem. "Ao buscar a abordagem de acerto na primeira vez, as melhores soluções nem sempre estão ao seu alcance.", diz Bruurs. "Como parte de nossa eterna busca por melhores soluções, devemos continuar expandindo nosso conhecimento do processo de usinagem."
Bruus diz que outra tendência é o crescimento da usinagem dos chamados "componentes próximos do perfil final", em que a produção inicial do item fica muito próxima do formato final. "Essa tendência é imbatível e se tornará uma parte maior de nossas atividades no futuro", ele diz. "Esses componentes já estão próximos de seu formato final, portanto, há uma escolha limitada de estratégias de usinagem adequadas. Será um desafio abordar esses produtos de formas que permitam que eles sejam usinados de forma eficiente."
Apesar dos desafios, Bruus tem convicção de que o "segundo melhor" nunca é aceitável. "O 'bom' é o maior inimigo do 'melhor'", ele diz. "Mas isso não quer dizer que você deve desistir do melhor. Não é possível mudar os princípios da usinagem, mas ao tentar compreendê-los, é possível desenvolver melhores soluções. Acabei desenvolvendo uma aversão a abordagens de tentativa e erro. Você deve evitar esse tipo de abordagem tanto quanto possível. A usinagem não é uma ciência exata, mas se você tentar abordá-la de um jeito científico, provavelmente terá melhores resultados."